Um facto, toda o mundo está a viver dias de stress! E com razão, seja por motivos pessoais ou profissionais. O sentimento agrava-se pelo facto de sabermos que não existe ainda ninguém que tenha a solução. Estamos todos no mesmo barco a descobrir, em conjunto, as melhores formas de guerrilha contra um inimigo invisível e, porém, tão real naquilo que nos faz sentir e nas suas consequências.
Costumo referir que o ser humano possui um Kit Emocional de Origem que contém mais emoções negativas do que positivas, numa proporção de 4,5 negativas para 1,5 positivas. E ainda bem! Essa programação permite-nos sobreviver, na medida em que nos leva a prestarmos mais atenção ao que nos ameaça, do que ao que nos corre bem.
Por isso, as notícias negativas despertam em nós tanto interesse. Queremos saber o que se passa e como nos podemos defender…
Porém, racionalmente, sabemos que vivemos um momento de exceção o qual não durará para sempre!
Se por um lado é verdade que, neste momento, temos que conduzir a nossa vida com os “faróis médios” ligados, para nos apercebermos e podermos intervir aqui e agora, sobre o que está mesmo junto a nós (gestos e comportamentos), por outro lado também temos que ligar os “máximos” para conseguirmos ver mais além no tempo e no espaço, sem ficarmos reféns e paralisados pelo presente.
Sendo este, mais do que nunca, o tempo de COLABORAR e COCRIAR, aqui ficam algumas sugestões para gerir e tirar partido das suas emoções, ao longo desta viagem:
- Foco no BEM MAIOR. Ter foco no PARA QUÊ das decisões e das ações, tanto à luz dos faróis “médios”, como dos “máximos”, contribui para uma maior serenidade emocional, trazendo sentido ao que fazemos, desde o mais pequeno gesto quotidiano, às maiores decisões empresariais. Detenha-se e pense sobre isso, individualmente e com a sua equipa.
- Sintonia com os VALORES. É nos momentos difíceis que a coerência com os valores pessoais e organizacionais, que um dia definimos e abraçámos, vem ao de cima. E é também agora que essa coerência mais nos pode ajudar, emocionalmente. A coerência com algo a que reconhecemos utilidade dá-nos segurança e isso é algo que o contexto externo não nos consegue oferecer neste momento. Tenha-os presentes e torne-os explícitos nas suas decisões e interações com a equipa e com o mercado.
- IDENTIFIQUE AS SUAS EMOÇÕES
Não podemos evitar as emoções, mas podemos decidir o que fazer com elas.
Questione-se:
- Que emoção estou a sentir sobre esta situação (Medo? Raiva? Tristeza? …)
- Como quero reagir a isto que sinto?
- Como não me vou deixar contagiar pelo vírus do negativismo?
Exprimir as emoções contribui para acalmar a ansiedade. Este é o início da compreensão e análise do que sente, evitando a distração decorrente da preocupação com o negócio, os clientes, a equipa, etc. Tal como no avião nos aconselham a colocar primeiro a nossa própria máscara, foque-se também agora primeiro em si, para estar em melhores condições para pensar e agir sobre o que o rodeia, bem como para ajudar outros.
Ter uma atitude positiva é essencial para se ser criativo, algo que neste momento é essencial!
- PREPARE-SE PARA VÁRIOS CENÁRIOS
Ter uma atitude positiva não é ignorar os riscos e deixar de se preparar para cenários futuros de dificuldade no negócio. Pelo contrário!
Questione-se:
- De que fontes credíveis estamos a recolher informação?
- De quem podemos aprender e obter conselhos válidos, no nosso network?
- De que recursos dispomos (humanos, comerciais, financeiros, tecnológicos, produção, fornecedores, capacidade de resposta, …)?
- Quais são do melhor cenário ao pior cenário para o meu negócio (agora, após o pico da crise, após a crise)?
Visualizar vários cenários tranquilizá-lo-á, na medida em que o mapa de várias estradas possíveis estará à vista.
- DECIDA! LIGUE OS MÁXIMOS…
Se por um lado as emoções negativas nos podem levar a tomar decisões precipitadas, por outro lado o medo também nos pode paralisar ou fazer fugir! Há uma máxima nos negócios que diz que “pior do que uma má decisão, é não decidir”. Também costumo dizer que “se não escolhermos o que fazer, estaremos a escolher deixar que alguém escolha por nós”.
Questione-se:
- Que decisões vou adiar e quais vou tomar já?
- Que decisões vão contribuir para favorecer o contexto de mercado como um todo, e não apenas o meu negócio?
- Como vamos atuar junto dos clientes, dos fornecedores, etc.
- Quem vai ser responsável por fazer o quê?
- Como controlar o impacto do que estamos a fazer?
- Como sabemos se estamos a utilizar o máximo da nossa agilidade e capacidade de adaptação à mudança de planos?
- Como garantimos que descansamos para nos mantermos em forma, na posse das mais plenas capacidades pessoais e profissionais?
Ainda que ninguém saiba como se vai sair desta situação, ficar parado não é opção!
A “sorte” ou o “azar” não acontecerão por acaso.
Tiremos partido de todo o nosso kit emocional e acendamos o kit completo de faróis, dirigindo o negócio de forma a fazer acontecer.
Lembre-se que, podemos controlar a nossa mente e as nossas ações! não os acontecimentos…
COLABORAR E COCRIAR SÃO LUZES QUE PERMITEM ILUMINAR O CAMINHO!