“O que mais me motiva é a cara dos clientes quando verifico que superámos as suas expetativas” – afirma Mafalda Ricca, CEO da X-Plora.
Com uma carreira de 15 anos dedicados às áreas do Turismo, Cultura e das Tecnologias e formada em Gestão pela Universidade Católica, Mafalda Ricca, CEO da X-Plora,tem experiência comprovada em marketing, vendas e gestão, tendo trabalhado para a Agência Invest in Portugal, Kidzania, Merlin Entertainment e Gema Digital.
A DO it! quis saber como é que esta CEO, mãe de três filhas, fundadora da X-Plora, resultante do spin-off da Gema Digital, lidera, assegura resultados, mobiliza e motiva os seus colaboradores.
Quais foram os momentos-chave da sua carreira?
Trabalhei ligada ao turismo e aos Parque Temáticos. Recordo com especial carinho a minha passagem pela Kidzania onde tive bastante sucesso na angariação de parceiros para o projeto. Depois de vários anos na Gema Digital, dedicada às tecnologias, fui convidada para liderar a X-Plora (visitas guiadas – guias multimédia). Com uma filha a nascer em plena pandemia e a nova empresa a afirmar-se no mercado, precisei de muita determinação e coragem. A minha experiência na área do Marketing e das Vendas ajudaram-me muito durante a pandemia.
Orgulho-me do meu percurso pois tive sempre muita garra e paixão em tudo em que me envolvi.
O que sente que a diferencia?
Sem dúvida a perseverança. O acreditar. Criar e desenvolver estratégias inovadoras. Tratar cada cliente como único.
Como gere os desafios deste contexto dominado pela incerteza?
Ser mãe, liderar e motivar pessoas neste contexto, gerindo uma empresa nova, não tem sido fácil. Acho que o principal tem sido conseguir estar próxima das pessoas. É fundamental estarmos com as pessoas, escutá-las, sermos cúmplices e solidários.
O sentido de humor é determinante, bem como demonstrarmos às pessoas que sabemos ultrapassar a barreira criada pela câmara do computador, partilhando amizade. Isso tem exigido de mim muita resiliência, otimismo e capacidade de sentir o que vai na alma de cada pessoa.
Fale-nos da sua equipa…
Tenho uma equipa muito boa, da qual me orgulho. A pandemia tem reforçado a nossa relação. Entrámos na casa de todos nós. Apesar de poder ter havido invasão da nossa privacidade, este contexto teve muitos aspetos positivos na forma como interagimos e nos relacionamos. Conhecemo-nos agora muito melhor.
Qual é a missão da X-Plora?
A X-Plora dedica-se à criação de guias multimédia imersivos. Usamos a localização do utilizador para lhe enviar informação contextualizada.
Como por exemplo?
Se um visitante num museu estiver em frente a um quadro de Rembrant, a informação que recebe tem exclusivamente a ver com esse quadro.
Através da nossa app também proporcionamos visitas virtuais a Cidades.
E como se diferenciam da concorrência?
Apostando na criatividade e no storytelling de experiências. Para além dos conteúdos o nosso produto é desenvolvido por programadores próprios que utilizam tecnologias inovadoras.
Existe algum facto curioso no vosso percurso…
Sim! Quando procurávamos investidores para o projeto previmos que teríamos que bater a várias portas e realizar várias apresentações até conseguirmos atrair quem acreditasse e investisse na X-Plora. Não foi assim! Logo no dia seguinte ao primeiro pitch com investidores, recebemos manifestação de interesse e, em muito pouco tempo, criaram-se as condições para o arranque do projeto.
Esse sucesso no arranque deu-nos imensa força e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de estarmos à altura das expetativas.
E qual é hoje a vossa convicção?
Acreditamos que o nosso projeto vai chegar a todo o mundo, pois o nosso produto possui um altíssimo grau de escalabidade. Já cobrimos muitos Museus, Cidades e até Estádios de Futebol. Sabia que foi a X-Plora quem produziu o Guia de Visita Virtual ao Estádio do SLB?
E quais são os seus principais desafios?
Ao nível da X-Plora, queremos ser um dos principais guias de referência ao nível mundial.
Enquanto líder quero estar sempre junto da equipa, atrair e reter talento, num mercado escasso em programadores.
Quero conseguir gerir o dia a dia da conceção de produtos e, ao mesmo tempo, cumprir os prazos de entrega ao cliente.
O que mais a motiva?
A cara dos nossos clientes quando entregamos o produto e verificamos que superámos as suas expetativas. A minha paixão pelo que faço é um excelente elixir motivacional.
Como se mantém up to date?
Leio muito, sou muito interessada em ouvir e partilhar. Gosto muito de explorar coisas novas. Às sexta-feiras na empresa todos temos que partilhar algo de novo. A curiosidade faz parte do ADN da X-Plora.
E como motiva a sua equipa?
Estando próxima de todos. Respeitando a essência e a individualidade de cada um. Apoiando-os nos seus desafios pessoais e profissionais. Estimulando a criatividade e a inovação.
Também é fundamental cocriar soluções, fomentar a cumplicidade e a adoção de práticas que permitam um equilíbrio físico e emocional saudável. Aconteceu um facto curioso comigo: ao termos considerado em equipa que a prática de desporto era importante para nos equilibrar, eu, que não tinha o hábito de fazer exercício físico, comecei a jogar ténis. Agora essa prática faz parte da minha vida.
O atual contexto mostrou-me outras realidades que estão a contribuir para equilibrar e harmonizar muito melhor a minha vida e a da minha família. Hoje tenho muito mais lucidez sobre o que é importante para mim.
De que valor humano não abdica?
A verdade, sem sombra de dúvida. E a consistência desde o que fazemos, pensamos e executamos.
Que mensagem pretende passar à sua equipa?
Que nunca deixem de ser curiosos. As pessoas que desistem de procurar são pessoas que estão a perder o fôlego. A curiosidade faz parte da nossa avaliação de desempenho.
Que mensagem forte passa às suas filhas?
Que sejam fortes. Corajosas. Determinadas.
Algo que a marcou?
Li recentemente um livro que me tocou imenso em que uma raposa pergunta a um menino: “Sentes que tens o copo meio cheio ou meio vazio?”. O menino responde: “Sinto que tenho sorte em ter um copo”. Adorei esta resposta! Na realidade, mais do que nunca temos que ser gratos. Temos o nosso copo…
Um desejo. Uma ambição?
Gostava de fazer voluntariado com as minhas filhas…