Gonçalo Consiglieri – Cofundador da Visor.ai
Acreditam que todos os clientes devem usufruir de um excelente serviço cada vez que interagem com uma empresa. Não importa onde estão ou que canal utilizam. Para tal, a equipa da Visor.ai otimiza e facilita os contactos dos e com os clientes. Conheça esta startup!
DO it! Quem é o Gonçalo Consiglieri?
Tenho 33 anos, sou natural de Faro, cresci em Silves e aos 18 anos vim para Lisboa estudar Gestão. Nunca fui um aluno de excelência. O formato de ensino era muito teórico. Talvez tenha sido esse o motivo pelo qual, após acabar o curso, tenha entrado num Banco para funções muito rotineiras.
Aí percebi que o que tinha aprendido na Universidade não estava alinhado com a minha visão da vida e das necessidades do mercado. Queria algo desafiante. Senti que tinha veia de empreendedor. Tudo isso estimulou-me a que, passado apenas um ano, tenha desafiado a minha zona de conforto e as regras estabelecidas. Tinha fome de aprender mais! Por isso decidi ir para Barcelona tirar um MBA. Pareceu-me a melhor aposta para lidar com pessoas mais experientes, aprender castelhano, ganhar mundo. Foi uma boa aposta…
Após o MBA colaborei com a KPMG e com a Deloitte.
DO it! Onde e como surgiu a sua caminhada empreendedora?
Surgiu quando ainda estava na Deloitte e com dois amigos de infância decidimos criar uma startup. Correu mal! O mercado não teve fit com o nosso projeto!
As aprendizagens que adquirimos com essa má experiência permitiram-nos refletir sobre o que devíamos fazer melhor e avançámos com a criação de uma nova startup.
DO it! O que correu mal?
O nosso maior inimigo foi o nosso EGO. A nossa experiência era ainda insipiente. Estávamos cheios de certezas. Fomos os nossos maiores inimigos.
Estávamos a trabalhar em projetos relacionados com a Banca e deduzimos, erradamente, que tínhamos competências para replicar num projeto próprio aquilo que fazíamos na Consultora. Foi um erro crasso! O by de book das nossas rotinas de trabalho revelou-se insuficiente para o nosso projeto de empreendedorismo.
DO it! O que aprenderam?
O mercado exige consistência e muita resiliência. O ego mata qualquer “aventura empreendedora”. Aprendemos o valor da humildade e da vulnerabilidade. Ficámos muito mais atentos ao detalhe…
Quem criar uma startups tem que saber trabalhar num ambiente de incerteza permanente, sem ideias feitas e com um mindset de adaptação constante.
Empatia é palavra de ordem…não é o mercado quem se adapta a nós, mas sim nós que temos nos adaptar ao mercado.
Hoje nada fazemos sem a validação prévia pelo mercado.
DO it! O que faz exatamente a Visor.ai?
Ajudamos as organizações a melhorarem o seu apoio ao cliente. Automatizamos as interações com os clientes e/ou a rede interna da empresa, através de diferentes canais de chat, email e voz.
Acreditamos que todos devem usufruir de um excelente serviço cada vez que interagem com uma empresa. Não importa onde estão ou que canal utilizam. Se o consumidor tiver uma experiência positiva, quererá voltar e tornar-se-á num cliente habitual. A nossa proposta de valor está clara: a Visor.ai otimiza e facilita os contactos dos e com os clientes.
DO it! Quem são os vossos principais clientes?
Bancos e Seguradoras. Trata-se de setores com problemas transversais para os quais temos soluções muito boas. Fazemos tudo à medida.
DO it! É raro encontrar alguém satisfeito com o serviço dos Call Centers. Qual a vossa contribuição para melhorar essa perceção negativa?
Soluções com Inteligência Artificial. Estamos exatamente no mercado para oferecer experiências positivas também a quem contacta os clientes.
Os Call Centers não podem ser vistos como centro de custo, mas sim como oportunidade de gerir clientes, expectativas, resolver problemas e fidelizar clientes. Quem não tiver uma visão e ação verdadeiramente customer centric, não entrega valor ao cliente, colocando em causa o seu futuro…
Um exemplo: as empresas do setor das telecomunicações têm soluções idênticas. O negócio deles é preço. Se o serviço de apoio/contactos com o cliente não for verdadeiramente customer centric, torna-se muito fácil migrar para um concorrente.
A nossa entrega consiste em oferecer aos clientes soluções que automatizam o que pode ser automatizado através da IA, criando atalhos que facilitem a vida ao cliente, através de ganhos de tempo e não só. Tudo está a evoluir no sentido de um conceito de Responsible AI (ter por base a responsabilidade de garantir confidencialidade e segurança a 360°).
DO it! Os vossos clientes principais são normalmente percecionados como “conservadores”. Como os estão a apoiar para darem o salto?
Sim, é verdade, mas há honrosas exceções e já estamos a trabalhar com empresas da Banca e Seguros cujo paradigma está a mudar e que estão a pôr em prática soluções muito focadas neste princípio: a máquina (IA) deve fazer o que é para a máquina e o humano fazer o que é para o humano…
DO it! Desafio futuros?
Crescer e ganhar asas. Acreditamos no nosso trabalho e nas nossas soluções. Estamos fortes e a prepararmo-nos para avançar para o mercado global…
DO it! Conselho para quem quer criar uma startup?
Atenção ao EGO! A teoria é importante, mas o mercado é disruptivo e implacável com “aventuras”. Consistência e resiliência são os pilares mais importantes para se obter sucesso.