Ao comemorar 50 anos de existência, a Euroshop’17 reinventou-se. As tradicionais áreas de exposição – EuroConcept, EuroSales, EuroCis, EuroExpo – foram substituídas por um sistema mais virado para o futuro e em linha com as novas tendências, oferecendo ao visitante 7 dimensões de experiência: POP Marketing; Expo & Event Marketing; Retail Technology; Iluminação; Visual Merchandising; Shop Fitting & Store Design; Food Tech & Energy Management.
A DOit! esteve lá e confirmou que um dos temas mais transversais a todas as áreas é a digitalização. Afinal, o futuro do retalho será altamente determinado por clientes que viajarão por todos os mundos e canais de retalho, seja no comércio de rua, no smartphone, no tablet ou no computador.
Cada vez mais os consumidores não quererão ter restrições de entrar e sair nos vários canais. Ou seja, o desafio está para além da necessidade de proporcionar aos consumidores opções de compra em vários canais. O verdadeiro desafio está em lhes proporcionar a melhor e mais conveniente experiência na sua viagem por todos os canais de compra.
A propósito referiu-nos Carlos CarlosTruta, CEO da Gunnebo Gateway:
“Nos últimos anos tem havido algumas dúvidas por parte dos fabricantes e retalhistas, mas de facto e após a Euroshop 2017 as dúvidas acabaram e todos perceberam que o caminho a seguir está na criação de conceitos recheados de tecnologia para oferecer uma melhor experiência de compra ao consumidor de forma transparente, opcional e bastante atractiva para os incentivar ao consumo. A mesma tecnologia permite uma gestão operacional em todas as áreas de funcionamento das lojas bastante eficaz, segura, instantânea e rentável a curto prazo. A experiência de compra e a gestão operacional em todo o processo está claramente garantido e creio que rapidamente o mercado reflectirá esta mudança. Para a nossa empresa e Grupo Gunnebo Gateway o futuro está em sintonia com as soluções desenvolvidas”.
As soluções de IT inteligentes são um must! A dimensão digital não pode continuar a ser vista como algo que se adiciona, mas sim como uma componente orgânica virtual e integral do planeamento das estratégias do retalho por um lado, e, simultaneamente, como fonte de informação indispensável à tomada de decisões de gestão geradoras de maior eficiência e, sobretudo, da possibilidade de proporcionar uma melhor experiência ao consumidor.
“Os touchpoints digitais estão a passar de soluções isoladas, para soluções que proporcionam ao cliente uma imersão total na experiência. Os conceitos prematuros que falharam, foi devido ao facto de terem sido concebidos separadamente e não fazerem parte da viagem total do consumidor”, é a opinião da empresa Suíça Vitra.
PoS – do “Point of Sale” ao “Point of Soul”
Não só as Lojas ou os Centros Comerciais, mas também os próprios Outlets pretendem dar alma aos negócios e colocar mais ênfase no apelo emocional. Não se trata de criar eventos individuais. Existe uma procura de storytelling: seja na arquitetura, no design, na iluminação ou na integração de suportes digitais na estrutura das lojas, tudo precisa de seguir um script coordenado, de forma a que os consumidores sintam a energia certa e contagiante. Para além disso, no que se refere à apresentação da marca/insígnia, existe uma clara tendência para incluir a história da marca/insígnia no design da loja e para evidenciar as suas conexões locais, refletindo assim um crescimento exponencial da importância da autenticidade e da individualidade das marcas e das insígnias.
Manequins – verdadeiros mood boosters!
O espaço dedicado aos manequins é sempre um dos pontos mais atrativos da Euroshop. De facto, os manequins possuem um especial poder de gerar emoções! Este ano, assistimos a duas tendências marcantes. Por um lado a humanização, traduzida por gestos e posturas do quotidiano. Por outro lado, a flexibilidade derivada da articulação corporal e da possibilidade de substituição de quase todas as peças no corpo do manequim. Através das suas posturas, gestos e mímicas eles evidenciam o target a que a marca se dirige, dão vida às montras e ao interior da loja, e funcionam não só como ferramentas de criação de empatia, interesse e curiosidade como de promoção de vendas.
Depois de um período em que o abstrato reinou, apesar da oferta a esse nível não ter desaparecido, os rostos nos manequins estão de volta. “Especialmente no segmento de luxo, regista-se uma forte procura de manequins mais realistas, com expressões emocionais no rosto, capazes de diferenciar a marca da concorrência”, explica Andreas Gesswein (Genesis Display). Esta tendência é também confirmada por Jean-Marc Mesguich (Window, França): “As marcas de alta costura já abandonaram a cabeça tipo ovo, e estão a procurar manequins com mais impacto, e mais importante que tudo, algo que faça as pessoas falarem da sua marca” e acrescenta “A tendência crescente de visionamento de moda e de montras online está a mobilizar as marcas para fazerem montras de rua mais atraentes e a mudarem-nas com maior regularidade”. A produção de manequins customizados está a tornar-se maior e mais barata.
A sustentabilidade está omnipresente
Seja qual for o setor de atividade, a sustentabilidade assume-se, agora, não como uma bandeira, mas como algo que faz parte da otimização do negócio, seja nos materiais utilizados, na embalagem ou na logística.
Numa coisa ficámos curiosos! Na Euroshop’17 foram apresentadas muito poucas soluções alinhadas com a primeira constatação do relatório da Euromonitor International, no qual se analisam as dez principais tendências de consumo globais para 2017, e nas quais o Envelhecimento da população surge em primeiro lugar!
Em 2017, quase um quarto da população mundial terá mais de 50 anos. Estes consumidores estão a alterar os seus hábitos de consumo, são mais exigentes no que respeita às suas necessidades, sendo mesmo apelidados de “economia de longevidade”, são grandes consumidores de produtos de saúde e beleza e muito receptivos aos avanços tecnológicos, têm mais tempo livre, maior poder de compra e dão enorme prioridade ao bem-estar… É fundamental que o a o retalho aprenda servi-los e a vender-lhes.
A reter:
Saber proporcionar experiências comerciais positivas vai ser o paradigma dominante para quem quer ter sucesso no retalho. Esta tendência ainda vai ser mais fortalecida, através das experiências de realidade virtual e da realidade aumentada.
O tempo será o único fator escasso…