Em colaboração com o projeto europeu Ocean Sustainability through Education and Sport (OSES), um grupo de investigadores do MARE acaba de participar no Guia de Boas Práticas para Proteção dos Oceanos através dos Desportos Náuticos com o projeto Kids Dive (www.kidsdive.org). Este é um projeto que usa o mergulho como ferramenta educativa e leva todos a explorar o ambiente subaquático num conjunto de atividades que incluem florestas submarinas, espécies protegidas, passando pelos plásticos e pela importância da tecnologia. É um projeto “mãos na água”, 100% prático, dado por cientistas que querem transmitir aquilo que sabem a alunos entre os 8 e os 17 anos de idade.
Desenhado para alertar as crianças e os jovens para a importância de proteger os oceanos, este guia de boas práticas destina-se a organizações desportivas, escolas, ONGs ambientais, aquários e outras entidades interessadas em promover a sustentabilidade dos oceanos. Com a colaboração de trinta autores provenientes de 17 países, entre eles os investigadores do MARE, reúne informações e dicas sobre as melhores práticas para integrar a educação ambiental nas atividades de desportos náuticos, desde tenra idade.
O Guia de Boas Práticas para Proteção dos Oceanos através dos Desportos Náuticos está organizado em seis áreas. Procuram educar e inspirar os mais novos através da ligação entre escolas, desportos aquáticos e conhecimentos dos oceanos; limpeza ambiental; ciência cidadã e monitorização ambiental; práticas sustentáveis no turismo de desportos aquáticos; envolvimento com as autoridades locais e boas práticas no desporto profissional.
No guia podem encontrar-se 25 iniciativas passíveis de ser adotadas por diferentes organizações e que vão desde projetos de limpeza de praias à recolha e análise de dados ambientais.
“Com este manual pretende-se alertar para os problemas ambientais através do desporto, mostrando como as atividades aquáticas – surf, vela, mergulho, caiaque – podem ser usadas como uma ferramenta poderosa para promover a educação ecológica”, explica Frederico Almada, um dos investigadores responsáveis pelo projeto. “Para além disso, estas atividades desportivas permitem às crianças uma maior ligação com o ambiente marinho, ao mesmo tempo que contribuem para lhes incutir o sentido de responsabilidade e cuidado com os oceanos”.
Os oceanos e mares representam cerca de 70% da superfície terrestre e acolhem mais de 90% da biodiversidade, constituindo uma imensa fonte de recursos. Ao longo dos tempos, têm enfrentado múltiplos desafios, seja por intervenção humana, seja devido às alterações climáticas.
Cuidar dos ecossistemas marinhos, alertando para a importância da educação ambiental pode e deve começar na infância. Para assinalar o Dia Mundial dos Oceanos, o MARE e o projeto OSES reforçam a sua posição através do envolvimento dos mais novos em práticas desportivas aquáticas, e da sua sensibilização para a importância da sustentabilidade, criando uma geração mais consciente e responsável.