Óscar Visuña
Head of Business Sales Epson
A sustentabilidade é o tema da atualidade, também em termos comerciais.
DO it!: Como se posiciona a Epson a este nível?
Óscar Visuña: A sustentabilidade está no nosso ADN. Em 1998, colocámos a sustentabilidade na nossa agenda, sendo cada vez mais intenção da Epson diminuir as emissões de gases para a atmosfera.
Há vinte anos que estamos a trabalhar para sermos o mais eficientes possível a este nível, em todos os nossos projetos.
Percebemos também que este é um tema muito importante para os nossos clientes e, por isso, para o nosso impacto comercial nos mesmos.
As grandes companhias têm departamentos de responsabilidade corporativa e seguem as novas normas da União Europeia. Estão a ter uma atitude mais responsável em toda a sua política de compras, olhando não só ao custo de aquisição dos bens, mas também à importância do custo do seu uso. A eficiência é valorizada e aí queremos diferenciar-nos comercialmente.
DO it!: A sustentabilidade implica a construção de culturas empresariais que envolvam todos os stakeholders. Que iniciativas promove a Epson para tal?
OV: Nós somos uma companhia com integração upside down. Nas nossas fábricas 50.000 colaboradores, na sua maioria engenheiros, desenvolvem novos produtos e processos de fabrico.
A sustentabilidade é uma peça chave em toda a supply chain, desde a conceção, passando pelo que pedimos aos nossos fornecedores, pelo fabrico, pelas vendas e pelo que acontece com os produtos após serem comprados, e quando deixam de ser utilizados.
A economia circular é uma parte fundamental de todo o processo.
O diretor mundial da Epson afirma que o objetivo da companhia a curto prazo não é ganhar dinheiro, mas sim mudar o mundo colocando nas mãos dos nossos clientes tecnologia que lhes facilite a vida, respeite o meio ambiente e o planeta.
É tendo este objetivo como core business que podemos ganhar dinheiro. É importante ganhar dinheiro, mas o objetivo final não é ganhar dinheiro, mas sim fornecer tecnologias capazes de mudar o mundo.
DO it!: Considerando a crescente tendência os clientes preferirem produtos/serviços amigos do ambiente, o que está a Epson a fazer a este nível?
OV: Temos quatro grandes áreas de inovação e uma delas é o jato de tinta.
A Epson é muito conhecida pelas impressoras, apesar de termos muitas outras áreas também já conhecidas. O jato de tinta está para o lazer, como os carros a diesel estão para o carro elétrico. A Epson é o “Tesla” da impressão.
A projeção é outro dos pilares da inovação da companhia. Estamos a trocar as lâmpadas por tecnologia lazer muito mais eficiente, mais durável e com melhor qualidade.
Na robótica estamos a utilizar uma combinação de sensores da Epson com sensores de relógios que estão a ser utilizados nos smartphones e no giroscópio do GPS dos automóveis.
DO it!: Existe alguma iniciativa Epson dedicada em particular ao mercado português?
OV: Temos muitas iniciativas. Considerando que Lisboa vai ser a capital verde europeia em 2020, a Epson disponibilizou-se a apoiar essa iniciativa como parceiro em tecnologia da C.M.Lisboa.
Após os incêndios tivemos também equipas a plantar árvores e agora estamos a trabalhar num novo projeto em Barcelona – Têxtil Circular – que queremos trazer para o oceano Atlântico. Barcos de pesca de uma ONG recolhem plástico no oceano, o qual vai diretamente para uma empresa que o recicla e converte em tecido. Com esse material far-se-ão novas roupas, as quais podem ser impressas com tecnologia Epson.
A nossa contribuição é através da tecnologia.
DO it!: Quais são as grandes oportunidades comerciais para a Epson?
OV: No mercado português e espanhol a crise foi muito agressiva, levando as empresas a não trocarem as suas tecnologias de impressão durante todo esse período. Por isso, existem agora muitas oportunidades na troca de tecnologia de impressão obsoleta por outra muito mais eficiente e com muito menos custos energéticos.
A vídeo projeção no retalho apresenta oportunidades muito evidentes. O retalho está a viver um momento de “crise de modelo” e todos querem experimentar novas dinâmicas capazes de favorecer a experiência de consumidor, através da integração do online com o offline.
A Epson pode contribuir para que o retalho seja muito mais competitivo, conseguindo mais tráfego na loja não só através de soluções de Digital Signage como a vídeo projeção, mas também com o Tradicional Signage (comunicação impressa em grandes formatos).
Estamos a trabalhar com os grandes grupos da Distribuição, como a Sonae, e vemos que as agências de comunicação e marketing têm inúmeras oportunidades de propor ao retalho coisas diferentes que contribuam para gerar tráfego em loja e para conseguir que o cliente compre mais.