por: Massimo Forte
É inevitável falar do momento que vivo ao, de repente, ficar em casa durante um longo período. Nele tomei consciência da importância da digitalização da minha marca e da necessidade de a comunicar cada vez mais para a manter acessível e relevante para o meu público.
Através do canal online faço-a viajar cada vez mais longe, mesmo estando fisicamente confinado.
O que até aqui era entendido como um segundo canal e, por vezes percecionado como uma tendência que tinha o seu tempo para se desenvolver, tornou-se de repente uma única realidade e, sobretudo, uma autêntica necessidade.
Para muitos a mudança não só foi grande, como instantânea e, sem qualquer experiência de formação, uma série pessoas e profissionais não habituados ao online viram-se obrigados a invadir de forma constante e pouco estruturada plataformas de email marketing e de vídeo, partilhando iniciativas que se viam hora a hora nas redes sociais para assim sentirem que continuavam a comunicar com os seus clientes. Uma atitude que remeteu para reação e ação, o que é positivo, mas à qual se deve acrescentar estratégia.
A oferta e consumo de conteúdos online subiu de forma vertiginosa. Começamos a ter de agendar, no meio das rotinas de trabalho, uma série de lives, webinars, posts, vídeos, artigos, formações e muitos outros conteúdos formativos, informativos e de opinião.
Na Mediação Imobiliária, a construção de uma comunicação de venda indireta, utilizando o Marketing de Conteúdo como ferramenta é, talvez, a melhor estratégia para comunicar, não apenas neste momento e não apenas através do canal online.
Vejamos, o mercado imobiliário viveu, nos últimos anos, momentos de grande crescimento a todos os níveis: transações; preços; número de agências e número de agentes, fazendo-nos esquecer que este mercado é, de facto, muito mais relacional do que transacional. Possivelmente devido ao foco nos números, a comunicação no canal online resumia-se a uma comunicação de produto e não a uma comunicação de disponibilidade e utilidade que demonstrasse como uma pessoa ou uma marca pode ajudar o seu cliente, estar com o seu cliente,… Neste momento a comunicação online é imprescindível para manter a notoriedade e sobrevivência de qualquer marca.
A ética é outro ponto muito relevante e cada vez mais exposto ao julgamento de uma comunidade alargada. Se formos ao dicionário podemos concluir que a definição de ética é resumida como um conjunto de bons costumes assumidos por um determinado grupo de pessoas, que define o que são bons ou maus valores no relacionamento humano. Se no offline isto é claro, no online, devido ao facilitismo e à inocente e aparente possibilidade de não se ser “visto”, a ética dá lugar a muitas e diferentes interpretações, de acordo com os valores de cada um.
Importa referir que ética é diferente da lei. A ética refere o que não se deve fazer, a lei é mais impositiva, definindo o que é proibido fazer. A ética serve, muitas vezes, para dar origem à lei, veja-se o caso dos códigos de ética de cada atividade, inclusive da Mediação Imobiliária.
Com base nesta reflexão, tendo em conta o que realmente importa para cada marca, surge a pergunta sobre o que se deve e o que não se deve fazer no digital. Não sendo eu um expert na área digital e definindo-me apenas como um utilizador assíduo, diria que a utilização abusiva do bom senso será uma ótima estratégia a seguir.
Alguns comportamentos para estar e interagir em comunidade, no off e no online:
1 – RESPEITO PELO OUTRO, SEJA ELE CLIENTE, PARCEIRO OU CONCORRENTE.
O respeito é um valor ético fundamental e básico, que deve estar na base da comunicação:
Não critique de forma abusiva e destrutiva em comentários abertos. Se quiser dar a sua opinião mais crítica a uma pessoa faça-o de forma privada;
Não ofenda. Comportamento gera comportamento;
Se recebeu um comentário menos positivo de alguém, não reaja, tente compreender o porquê e responda de forma respeitosa e simpática. Existirão sempre haver pontos de vista diferentes do seu e isso enriquece o interesse e diálogo;
Evite as discussões de causas perdidas, aprenda a dar apenas a sua opinião e a saber ouvir a dos outros. Todos queremos ter o dom da verdade;
Se o comentário for escrito com adjetivos ofensivos, estará no seu direito de o pagar ou até de o denunciar. As redes sociais estão preparadas para isso;
A hipocrisia e a ironia, quando mal utilizadas podem ferir suscetibilidades, deve ter muita competência para as conseguir colocar em prática, por isso evite.
2. UTILIZAÇÃO DE CONTEÚDOS E DE BASES DE DADOS ENTRE CONCORRENTES.
Poderá fazê-lo se tornar um concorrente num parceiro, ou sempre com o seu consentimento:
Quando utilizar conteúdos ou frases verifique primeiro de quem são e, se não forem suas, ficar-lhe-á muito bem colocar o nome do autor. Há uma ótima ferramenta que faz isso nas redes sociais por si, chama-se repost;
Ficar-lhe-á sempre bem pedir se pode ou não partilhar algo, seja em redes sociais ou em grupos de whatsapp a que pertença;
Não use #hastags de outras pessoas para proveito próprio sem o consentimento do seu autor;
Não identifique pessoas, a não ser que seja positivo e proveitoso para elas, como elogios, citações, direitos de autor.
Uma boa marca não se vê apenas pelos resultados e objetivos alcançados.
A forma como chegou à meta é o que a define hoje e no futuro.