A GfK analisou o comportamento da inovação e tecnologia na Indústria e Retalho e apresentou esta manhã, na conferência “Unboxing Tech Market”, as tendências ditadas em 2021, as mudanças nos hábitos dos consumidores e no consumo digital, os desafios que podem surgir num contexto tão incerto como o atual, bem como as várias conclusões que irão impactar o consumidor nos próximos anos em Portugal e na Europa.
Nesta conferência foi possível observar como o contexto de incerteza teve diferentes resultados para as empresas: negativos para as que não se conseguiram adaptar; positivo para aquelas que enfrentaram a mudança constante como uma oportunidade de impulsionar o negócio.
A tomada de decisões em tempo real, de olhar à inovação e evolução através de modelos preditivos, de exigir novas competências nas equipas, bem como possuir alguma agilidade e flexibilidade para vencer são componentes que descrevem uma atitude reativa, mas indiscutivelmente positiva.
Telecomunicações Eletrónica de Consumo e Informática
A tecnologia traduziu-se como o maior aliado das empresas, negócios e consumidores nos dois últimos anos de crise pandémica. Permitiu uma enorme agilidade e flexibilidade e veio a romper com os padrões que considerávamos como habituais. O mercado de eletrónica de consumo apresentou, em Portugal, no ano de 2021, cerca de 385 milhões de euros, representando assim um crescimento de +1%. Já o mercado das telecomunicações representou um total de 739 milhões de euros com um crescimento de +16%, face a 2020. Por fim, o mercado de informática, em Portugal, cresceu 7% quando comparado com 2020, representando assim um total de 678 milhões de euros.
A necessidade de trabalhar, estudar e entreter em casa contribuiu para um claro investimento e preocupação acrescida do consumidor com a qualidade das tecnologias de consumo. Em resultado desta crescente procura, o preço médio dos produtos de eletrónica aumentou 20%, em 2021.
O preço médio do segmento premium dos smartphones registou um crescimento de 4% quando comparado com período homólogo. Uma vez mais, podemos também verificar o aumento do consumo do mercado de informática, potenciado pela crise pandémica que vivemos pelo segundo ano consecutivo.
Segundo a análise da GfK, nos próximos anos podemos esperar uma contínua adaptação e inovação por parte das empresas por forma a conseguirem acompanhar as novas exigências do mercado.
Mercado dos Eletrodomésticos
No cômputo geral do ano de 2021, em Portugal, a maior permanência em casa beneficiou o mercado dos Eletrodomésticos, com subidas de dois dígitos em todas as categorias (+13% em Grandes Domésticos; +24% em Pequenos Domésticos).
O setor dos Pequenos Eletrodomésticos obteve uma boa performance, impulsionado pelas máquinas de café (+46%) e pelos produtos de limpeza como os aspiradores verticais (+5%), bem como pelos robots (+25%) que eram tradicionalmente uma segunda compra, mas começam a desafiar o segmento dos verticais.
A tendência de 2021 por produtos premium, ao contrário do que seria de esperar por causa da pandemia, continua com crescimentos positivos, sendo que 37% dos consumidores concordam com a premissa de que é “importante confortar-me ao consumir”.
Relativamente ao indicador que nos releva quais as gerações que lideram o mercado dos eletrodomésticos, foi possível observar que a pandemia afetou os comportamentos geracionais. Em termos homólogos, o segmento dos 45 aos 54 anos ganhou bastante relevância durante a pandemia, enquanto que os grupos mais novos perderam relevância. Nesta categoria, as vendas online o segmento de mercado dos 45 aos 54 anos, bem como dos 19 aos 24 são os que mais adotaram o online como opção viável de compra de eletrodomésticos.
Pelo segundo ano consecutivo, o mundo enfrentou a pandemia, reforçando a crescente preocupação pela saúde, bem-estar, segurança e higiene. Assim, algumas das tendências para o futuro apresentadas na 26.ª Conferência da GfK são a simplificação de tarefas, o conforto no consumo, a necessidade de otimizar tempo e tarefas e a procura por experiencias mais interativas, personalizadas e inovadoras.
Online – Mudança Comportamental
De acordo com dados apresentados pela GfK, podemos verificar que a internet e o online, foram, uma vez mais, os grandes aliados das pessoas e das empresas no passado ano de 2021. Assim, de entre todas as formas de pesquisa e encontro de informação, os sites dos retalhistas revelam-se como primordiais para a resposta às necessidades dos consumidores (+47%).
O comportamento de compra tem vindo a alterar-se significativamente nos últimos anos, particularmente devido ao crescimento das vendas online que aumentaram cerca de +17%, de 2020, para 2021. Foi no segmento Click & Mortar que se registou o maior crescimento online, quando comparado com o ano de 2019. Fazendo a mesma análise, mas subdividindo o canal online em Pure Players e Click & Mortar, podemos observar que é o canal C&M Online que tem apostado/investido mais no mercado online e, consequentemente, é aquele que mais retorno tem do investimento.
Uma vez mais, podemos observar que um segundo ano de pandemia e de vinculação de determinados hábitos de consumo, se traduz em mais um ano onde verificamos uma evolução crescente das vendas online. Sendo que, é de frisar que 2021 registou o melhor ano de faturação total quando comparado com 2020 e 2007. O valor de mercado registado no ano passado foi de 3.045 milhões de euros para o mercado total de produtos de eletrónica de consumo, informática, telecomunicações, grandes e pequenos eletrodomésticos e entretenimento, representando assim uma variação de +5% quando comparado ao ano de 2020.
Clima de consumo na Europa
O clima de consumo na Europa abrandou significativamente no final do ano passado, penalizado pelas restrições impostas pelo ressurgimento da Covid-19 e pelos gastos acrescidos em energia com a aproximação da estação mais fria do ano. O indicador da taxa de crescimento do PIB apresentou um aumento de cerca de +9% quando comparado com os resultados obtidos no final do ano de 2022 que verificava um decréscimo de -3,1% da taxa de crescimento do PIB.
Com o fim da pandemia, esperava-se uma recuperação do clima de consumo europeu que acabou por ficar bastante aquém das expectativas devido às implicações resultantes do conflito no Leste Europeu.
Em fevereiro do ano passado, o clima de consumo na Europa caiu face a janeiro cerca de -2,2% sendo que, analisando o período homólogo entre fevereiro de 2020 e 2021, este clima de consumo apresentou um decréscimo de cerca de -24,5%.
No entanto, devido ao clima de incerteza que ainda se fez sentir bastante durante o ano de 2021 e devido à continuação da adoção de métodos de teletrabalho, verifica-se ainda que houve um crescimento de dois dígitos entre sectores tecnológicos como é o caso das tecnologias de informação (+14,2%), grandes eletrodomésticos (+12,3%) e das telecomunicações (+14,4%).
Os últimos dois anos colocaram-nos num cenário muito complexo. Houve uma profunda alteração no comportamento dos consumidores e na evolução do comércio eletrónico como eixo de uma mudança sem precedentes nas tendências dos mercados de bens de tecnologia de consumo. Assistimos a um aumento das vendas online, tendo 63% dos consumidores inquiridos efetivado compras online por forma de evitar a desolação à loja física e tornando assim o online como o canal de consumo predileto dos consumidores.
Relativamente a variação dos preços de matérias-primas, podemos observar um aumento significativo nos custos das mesmas, entre as quais petróleo (+56%), lítio (+586%) e alumínio (+55%).
A utilização da informação deste comunicado de imprensa deve referir:
(Fonte: GfK Portugal)