Operação está na fase de pré-registo até ao final do mês e é uma das maiores campanhas na plataforma de crowdfunding Crowdcube
A Meatless Farm – marca de alimentos de base vegetal em acelerado crescimento mundial e que entrou em Portugal no início do ano – prepara o lançamento da sua primeira ronda de financiamento aberta aos consumidores, através da plataforma de crowdfunding Crowdcube, com o objetivo de dar seguimento ao desenvolvimento de negócio, através da aposta em inovação e sustentabilidade do planeta. A operação está em fase de pré-registo – os interessados podem manifestar-se em www.meatlessfarm.com/crowdcube –, sendo que a ronda de investimento será lançada, em www.crowdcube.com, a partir do final deste mês.
A empresa procura arrecadar, inicialmente, até 5,8 milhões de euros, naquela que deverá ser uma das maiores campanhas algumas vez conduzidas na Crowdcube. Os interessados poderão adquirir uma participação da empresa, a partir de 11,6 euros, na forma de nota conversível e que será convertida em ações, a um preço com desconto, durante a próxima ronda de financiamento de ações corporativas, prevista para o final de 2021.
Lançada no Reino Unido em 2018, a Meatless Farm está atualmente presente em mais de 20 países, incluindo Estados Unidos da América, Alemanha, Portugal, Espanha e Holanda, através de grandes parceiros de retalho e de foodservice. No seu portefólio conta com produtos alternativos à carne, como o picado, hambúrgueres, salsichas, almôndegas, nuggets, entre outros, que são produzidos a partir de uma proteína vegetal texturizada, altamente nutritiva e rica em proteína. Além da gama destinada ao consumidor, a marca apresenta, também, um conjunto de produtos elaborados, em exclusivo, a pensar nos profissionais.
Em Portugal, os produtos da Meatless Farm estão à venda ao público através das lojas EasyGreen e Only Beans, bem como através da cadeia para profissionais Recheio e do seu serviço Masterchef. Dentro da sua categoria, a Meatless Farm é uma das três marcas mais conhecidas do Reino Unido. Em 2020, a marca registou um crescimento anual de vendas líquidas de 148 por cento, superando o acelerado crescimento da própria categoria.
Marca visa democratizar acesso a alimentos de base vegetal
A ambição da Meatless Farm passa por construir um sistema alimentar global sustentável que apoie e nutra a biodiversidade do planeta e reduza a dependência mundial do consumo de carne com origem na criação intensiva de gado. No entanto, esta é uma marca que não pretende ser anti-carne ou pró-vegan. Pretende, apenas, democratizar os alimentos de base vegetal, inspirando pequenas mudanças no dia-a-dia de cada um. Para isso, a Meatless Farm conta com propostas saborosas, saudáveis, acessíveis e fáceis de cozinhar, para que os consumidores possam optar, cada vez mais, por refeições sem carne e sem necessidade de abdicar dos seus pratos favoritos.
Morten Toft Bech, fundador da Meatless Farm afirma que “acreditamos que as pessoas têm o poder de revolucionar a cultura alimentar, a partir do momento que ganham consciência da importância de reduzir o consumo de carne, no sentido de proteger o meio ambiente e a saúde. As pequenas mudanças podem ter um grande impacto. Queremos ajudar a acelerar este processo, aumentando a nossa rede de retalho e serviços parceiros, assim como os países onde operamos e a gama de produtos que oferecemos”. Para o responsável, “a inovação no que diz respeito à melhoria de sabor, textura e paridade com o preço da carne é a chave para desbloquear todo o potencial deste mercado”.
“Por isso, estamos a investir bastante em toda a cadeia de abastecimento – da quinta à mesa –, trabalhando com os agricultores para obter as melhores colheitas, criando instalações de proteína vegetal de última geração e a recrutar os melhores chefs e nutricionistas, para uma evolução constante dos nossos produtos. Pretendemos criar novas opções de base vegetal, em alternativas a coberturas de pizza e frango, por exemplo, e criar uma nova variedade de lanches e soluções para refeições. Tudo isto num contexto de sustentabilidade, uma vez que trabalhamos para alcançar o estatuto de B-Corp procuramos reequilibrar a biodiversidade no sistema alimentar global”, conclui o fundador.
Esta ronda de financiamento assume-se como um importante marco na jornada global da Meatless Farm. A marca tem vindo a fechar novas parcerias com marcas de restauração, destacando-se a que culminou no primeiro cachorro-quente de base vegetal a entrar para o menu da icónica cadeia norte-americana Nathan’s Famous. Mais recentemente, a empresa estabeleceu uma parceria com o Real Madrid, a fim de estudar o impacto de uma dieta com mais proteína vegetal, em substituição da animal, na performance de desportistas de alto rendimento e tem apoiado o campeão mundial de ciclismo Mark Cavendish no seu regresso vitorioso à competição. Outras das apostas da empresa é a produção sustentável, tendo já inaugurado, este ano, duas fábricas de última geração, uma no Canadá e outra, recentemente anunciada, nos Países Baixos.
A Meatless Farm levantou mais de 44 milhões de euros, nos últimos três anos, por parte de investidores privados e de family offices, com um compromisso de investimento sustentável. Outro dos objetivos da Meatless Farm passa pelo fornecimento de proteína vegetal texturizada customizada para outras marcas, através da subsidiária Lovingly Made Ingredients (LMI), lançada, também este ano, de forma a que mais negócios entrem para este mercado em acelerado crescimento.
Mercado de alternativas à carne crescerá 700 por cento até 2035
O mercado de alimentos de base vegetal apresenta um elevado potencial de crescimento, devido a uma crescente consciencialização do consumidor para com os problemas ambientais, os riscos contra a saúde humana e o bem-estar animal, associados à criação intensiva de gado. Este aumento deve-se, sobretudo, aos consumidores “flexitarianos” – aqueles que, não sendo fundamentalistas em relação à dieta que seguem, estão, gradualmente, a reduzir o consumo de carne por motivos de saúde ou ambientais. Hoje, 54 por cento dos consumidores dizem querer reduzir o consumo de carne (OnePoll survey 2000 UK adults Dec 19).
Os “flexitarianos” são, aliás, responsáveis pela compra de 92 por cento das refeições de base vegetal consumidas no Reino Unido (Kantar Feb 19), onde o mercado de alternativas à carne duplicou nos últimos dois anos. No global, estima-se que este setor cresça 17 por cento em 2021, para os 3,5 mil milhões de euros, e que chegue aos 6,9 mil milhões de euros até 2025 (de acordo com a MarketsandMarkets). Até 2035, prevê-se que o mercado mundial cresça 700 por cento, para os 240 mil milhões de euros (Boston Consulting Group x Blue Horizon: “Food for Thought – The Protein Transformation” – Março 2021). Neste momento, os negócios de alimentos de base vegetal estão a ser alvo de avultados investimentos e, portanto, a Meatless Farm acredita que este setor terá um contributo importante para uma nova economia mundial.
