O Jardim Botânico da Ajuda, em Lisboa, recebeu o seminário “O Futuro do Bacalhau” organizado pelo NSC – Norwegian Seafood Council, que contou com intervenções da Ministra das Pescas e do Mar da Noruega, Cecilie Myrseth e do ex-ministro Paulo Portas, entre outros oradores de elevada relevância no sector das Pescas e do Bacalhau.
O bacalhau é um importante alimento para a grande maioria das famílias portuguesas sendo um dos peixes mais consumidos em todo o país. Por este motivo o debate sobre o futuro desta espécie assume grande relevância para Portugal.
Tendo como pano de fundo o magnífico espaço do Jardim Botânico da Ajuda, foram debatidos diversos temas centrados no bacalhau que pretendem, acima de tudo, perspetivar o futuro desta espécie tão apreciada pelos portugueses, tendo em consideração a sustentabilidade e preservação da mesma.
Assim, o debate recaiu sobre as tendências de consumo no mercado português e as perspetivas de crescimento do mesmo, o perfil dos consumidores de bacalhau em Portugal e as expetativas para a época do bacalhau em 2024.
Na sua intervenção, a Ministra das Pescas e do Mar da Noruega, Cecilie Myrseth, enfatizou a importância das boas relações entre Portugal e a Noruega que em parte nasceram desta preferência dos portugueses pelo bacalhau da Noruega.
Por sua vez, o ex-ministro Paulo Portas centrou o seu discurso na perspetiva económica global incidindo na realidade portuguesa e nos desafios que a atual conjuntura poderá trazer para o consumo de bacalhau nos próximos tempos.
Em 2023, a exportação de bacalhau da Noruega para Portugal foi de 123 900 toneladas, o que representa 36% do total exportado.
Tal como em 2023, a tendência para 2024 recaí sobre o consumo do bacalhau crescido dada a maior abundância desta categoria.
Neste seminário foram ainda abordados dados acerca da temporada da pesca do bacalhau de 2024, nomeadamente, as quotas que registam uma diminuição de entre 20 e 25%, o que em termos de números se irá fixar nas 218 000 toneladas. Isto representa um desafio para os compradores que terão de fazer face à grande competitividade dada a menor disponibilidade da espécie.
Foi ainda discutido um tema de grande importância que se prende com a forma sustentável como a pesca do bacalhau é realizada na Noruega. Sendo as pescas uma atividade tão importante para a economia do país, é essencial proteger e cuidar os habitats.
O Representante do NSC em Portugal, Trond Rismo, fez um balanço positivo deste evento e afirmou: “foi um dia muito importante para nós porque conseguimos reunir um painel de intervenientes com grande influência na área do bacalhau e uma assistência de mais de 150 pessoas para discutir o futuro do “fiel amigo” dos portugueses. Portugal, apesar da atual conjuntura económica, é e será sempre um dos maiores consumidores de bacalhau do mundo, por isso ficamos felizes por voltarmos a realizar este seminário em Lisboa”, contou.