No 1º trimestre de 2023 houve um decréscimo de colocações de Trabalho Temporário de menos 217 pessoas em janeiro (-0,7%), 926 pessoas em fevereiro (-2,8%) e 767 pessoas em março (-2,2%). Apesar do crescimento em comparação com o 1º trimestre de 2021 (+2,7%), as colocações estão ainda -1,9% abaixo de 2022, -5% abaixo de 2020 e -12,5% abaixo de 2019.
A APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos – e o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) divulgam os Barómetros do Trabalho Temporário relativos aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2023, fazendo a comparação com o período homólogo do ano anterior.
As principais conclusões apresentadas neste barómetro são as seguintes:
- Verifica-se um decréscimo nas colocações de trabalho temporário no 1º trimestre de 2023, face ao mesmo período de 2022, com diminuição de menos 217 pessoas em janeiro (-0,7%); 926 pessoas em fevereiro (-2,8%) e 767 pessoas em março (-2,2%).
- No total, a diminuição no número de colocações no 1º trimestre de 2023 face ao mesmo período do ano anterior foi de -1,9% (100.606 em 2022 vs 98.696 em 2023). Apesar do crescimento em relação a 2021 (96.099 colocações), os valores estão ainda -5% abaixo das colocações do 1º trimestre de 2020 (103.945 colocações) e -12,5% de 2019 (112.781 colocações).
- O Índice do Trabalho Temporário (Índice TT), que tinha estabilizado desde novembro de 2022, volta a demonstrar um decréscimo gradual desde o início do ano, fixando-se em 0,99 em janeiro, 0,97 em fevereiro e 0,98 em março. Estes valores são inferiores ao índice registado nos meses homólogos do ano anterior.
- Relativamente à caracterização dos trabalhadores temporários, verifica-se uma ligeira diminuição da contratação de trabalhadoras do género feminino em janeiro (45,2%), em relação a 45,3% em fevereiro e março.
- Ao nível da distribuição etária, entre 27% a 28% dos colocados têm idade média acima dos 40 anos, no 1º trimestre de 2023.
- O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (59% a 61% no 1º trimestre do ano). Aumentam as colocações de ensino secundário (de 31% em janeiro para 33% em março), que ocupa o segundo lugar. Pessoas com licenciatura mantêm cerca de 6% das colocações.
- As empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” continuam em primeiro lugar no 1º trimestre de 2023 (cerca de 13% a 14%). Já as empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades” assumem o segundo lugar nos setores de atividade do Trabalho Temporário, representando cerca de 7% a 8%. Por outro lado, as empresas de “Atividades de serviços de apoio prestados às empresas” alcançam o terceiro lugar no 1º trimestre do ano (cerca de 6% a 8%).
- Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, no 1º trimestre de 2023 destacam-se as “Outras profissões elementares” (entre 29% e 30%), seguindo-se os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (entre 17% e 19%). Em terceiro lugar, no mês de janeiro e fevereiro estão os “Trabalhadores não qualificados da indústria transformadora” (entre 8% e 9%). Já no mês de março, os “Trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares” ocupam o terceiro lugar (9%).
“Este trimestre está a marcar um início de ano menos positivo, com uma diminuição das colocações no setor de Trabalho Temporário. Observamos uma melhoria face ao mesmo período de 2021, mas ainda abaixo do pré-pandemia em 2019. Há vários fatores que podem ajudar a explicar estes valores, nomeadamente a atual situação económica, que com o aumento da inflação e custos de vida pode também estar a afetar as empresas utilizadoras de trabalho temporário. Por outro lado, com a perspetiva da entrada em vigor da nova legislação do trabalho, que aconteceu a 1 de maio, é possível que algumas empresas utilizadoras tenham começado a agir de forma mais ponderada logo desde o início do ano” explica Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH).