- Paloma Jaúdenes (Pequeña Moma): “quando percebemos que o comércio eletrónico era a nossa única forma de sobrevivência, compreendemos a importância de ter parceiros estratégicos para nos ajudar a integrar no online”.
- Víctor Navarro (Hawkers Group): “uma vez que a nossa empresa e os seus processos já eram completamente adaptados ao online, conseguimos reduzir a queda no setor de 40% para 7%”.
- Chema Echánove (Sendcloud): “o comércio eletrónico atravessou uma espécie de Black Friday contínua, com um crescimento imparável que deixou o sistema logístico nacional em xeque”.
- David Bolufer (Onestic): “existiram alturas durante o confinamento mais rigoroso em que havia até perto de 20.000 utilizadores ligados em simultâneo às lojas”.
O setor da moda e acessórios tem sido um dos mais castigados pela pandemia da COVID-19. Por isso a Adyen, plataforma de pagamentos eleita por muitas das empresas líderes do mercado, organizou o webinar “Como alcançar o sucesso no seu ecommerce de moda”, que reuniu diferentes peritos de empresas presentes neste setor “com o objetivo de proporcionar uma visão das estratégias adotadas para superar com sucesso as dificuldades de um ponto de vista independente e mais completo, e ajudá-los a levar o seu comércio eletrónico ao próximo nível”, explica Juan José Llorente, Country Manager da Adyen em Espanha e Portugal.
O evento online decorreu em formato de mesa redonda moderada por Cristina Jover, consultora especializada em comércio eletrónico na Sentido Comunicación, e contou com participantes de Espanha e de Portugal. No início da reunião, Cristina salientou que “durante este primeiro ano de pandemia, as empresas evoluíram o equivalente a cinco anos no plano digital”. Este tem sido um dos principais desafios enfrentados pelo comércio eletrónico de moda face à pandemia, como explicou Paloma Jaúdenes, co-fundadora e CEO da Pequeña Moma, uma empresa retalhista de moda que foi forçada a mudar para o online da noite para o dia: “o fecho das lojas apanhou-nos totalmente desprevenidos, praticamente todos os nossos negócios baseavam-se no comércio físico. Portanto, quando percebemos que o comércio eletrónico era a nossa única forma de sobrevivência, compreendemos a importância, não só de o otimizar, como de ter parceiros estratégicos que se adaptassem às nossas necessidades da altura e nos ajudassem a integrar no online.”
Em contraste, Victor Navarro, CIO/CTO do Grupo Hawkers, recordou que “no nosso caso, o processo foi exatamente o oposto: nascemos e fomos criados no mundo digital e esta tem sido uma das chaves para sobreviver à crise atual. Como a nossa empresa e os seus processos estão completamente adaptados ao online, enquanto o setor de acessórios registou uma queda de até 40%, no nosso caso, conseguimos reduzi-la para 7%”.
O encerramento de lojas físicas em março do ano passado levou a um aumento nas compras de comércio eletrónico. David Bolufer, CTO da Onestic, explicou que “todos os nossos clientes de moda cresceram online, tendo pelo menos duplicado as suas vendas. Existiram alturas durante o confinamento mais rigoroso em que havia até perto de 20.000 utilizadores ligados em simultâneo às lojas online. Isto obrigou-nos a reforçar as nossas infraestruturas para podermos dar apoio a todos os nossos clientes”.
A chegada da crise sanitária significou também um retrocesso no setor logístico, que nunca enfrentou uma procura tão elevada, segundo Chema Echánove, Team Lead Sales Spain da Sendcloud: “desde o início da pandemia, e especialmente a partir de maio, o comércio eletrónico entrou numa espécie de Black Friday contínua com um crescimento imparável que deixou o sistema logístico nacional em xeque. De facto, até hoje, ainda não há serviços de transporte suficientes em Espanha para fornecer um serviço otimizado a todos os comércios online”.
A logística tem sido fundamental para o sucesso da estratégia de muitas empresas. De facto, Paloma Jáudenes admite que, “embora à priori não pudéssemos compreender porque é que organizar o nosso armazém de uma certa forma ou digitalizar os nossos processos logísticos poderia dar-nos uma vantagem competitiva e racionalizar muitas das etapas que compõem o processo de vendas, hoje, vemos que otimizou o tempo dos nossos empregados e permite-nos concentrar no nosso trabalho, que é vender“. Víctor Navarro concorda e acrescenta: “durante a pandemia percebemos que somos muito fortes em logística. Muitos clientes contactaram-nos para nos felicitarem pelo nosso serviço, fazendo-nos compreender a importância de termos um bom parceiro logístico”.
Contudo, a importância que a tecnologia ganhou, não apenas no comércio online, mas também nos processos que envolvem o dia-a-dia das empresas provou ser a chave para a sua sobrevivência. Neste sentido, Victor Navarro, adverte: “é essencial mudar o pensamento de muitas empresas e fazê-las compreender a importância de adaptar os seus processos pensando no ‘time to market’“.
“Uma das tendências que temos observado nos últimos meses é que é cada vez mais comum as empresas optarem por soluções SaaS (Software as a Service)”, explicou Chema Echánove. Durante os meses de confinamento rigoroso, as empresas procuraram adaptar-se imediatamente e, portanto, cada vez mais empresas estão a preferir este tipo de soluções que permitem uma integração simples e rápida, em oposição a um desenvolvimento de software personalizado”.
Um dos aspetos-chave mencionados pelos comerciantes e peritos é o dos pagamentos. Não só expressaram a importância de ter uma tecnologia de comércio eletrónico que lhe permita iniciar o comércio online ou adaptar-se às principais tendências e necessidades do sector, como também com uma plataforma de pagamento unificada que facilite por um lado a internacionalização, e por outro comércio único. A este respeito, Victor Navarro salientou que “é importante ter os meios locais adequados a cada país em que se opera”.
“Em países como a Holanda as pessoas pagam através do iDEAL, é importante adaptar-se aos métodos de pagamento de cada país. Por exemplo, se não tiver uma transferência bancária na Alemanha pode estar a perder oportunidades com 80% da população”, disse Chema Echánove. E, David Bolufer observou que “é importante trabalhar com um parceiro que facilite a integração, tal como a Adyen, na área dos métodos de pagamento”.
Juan José Llorente conclui: “Na Adyen, temos visto a importância que uma plataforma unificada representa para os comércios, permitindo-os expandir o seu negócio ou internacionalizá-lo de uma forma simples e otimizada, e também fazê-lo rapidamente para responder às necessidades que surgem em cada momento”.