A REVOLUÇÃO DO MERCADO: LEXUS RX, O PRIMEIRO CROSSOVER DE LUXO DO MUNDO
Como em tudo, os interesses populares fluem e diminuem. Da música e da moda a destinos gastronómicos ou de viagem, o interesse e a conveniência diminuem com o tempo, à medida que as pessoas procuram novas ideias e experiências.
Essa mesma tendência afeta a indústria automóvel e, no início dos anos 90, o caso de amor entre condutores e grandes utilitários desportivos mostrava sinais de que estava a chegar ao fim. Os números de vendas para o mercado premium mostravam que as pessoas começavam a voltar a opções mais convencionais, como carrinhas e sedans.
A Lexus já havia deixado a sua marca disruptiva no setor automóvel quando entrou em cena, em 1989. Agora, tinha uma nova oportunidade para desafiar o convencional e trazer algo completamente novo ao mercado.
Estavam lançadas as bases para o RX, um modelo Lexus que tem sido sinónimo de sucesso e inovação desde então. Não só criou um novo segmento de mercado, como também se tornou no primeiro veículo do mercado de luxo a incluir uma transmissão eletrificada híbrida de carregamento automático.
CONSTRUIR UM NOVO TIPO DE AUTOMÓVEL – O CROSSOVER DE LUXO
A par das características que tanto atraíam os condutores, os SUV tradicionais tinham as suas desvantagens, o que significava que os seus proprietários teriam de fazer opções.
As pessoas gostavam de conduzir numa posição alta, da excelente visibilidade, da perceção de força e estabilidade percebidas, e da imagem moderna e robusta dos SUV. Por outro lado, eram modelos desajustados para conduzir em cidade, complicados na entrada e na saída dos passageiros, pouco económicos no que toca ao combustível e pouco controláveis em estrada.
Focando-se nos pontos positivos e apostando na resolução dos restantes, a Lexus criou um novo conceito radical – aquele que veio a ficar conhecido como o crossover de luxo.
ENTREMOS NA PRIMEIRA GERAÇÃO DE RX
O pensamento por trás do desenvolvimento do RX focou-se num conceito simples: deveria ser tão confortável e potente como um veículo de passageiros, e ter capacidade para ser conduzido fora de estrada como um SUV.
O Engenheiro-chefe Tsuneo Uchimoto explica: “A maioria dos fabricantes de automóveis ter-se-iam limitado a construir uma versão menor (do seu grande SUV) ou, talvez, a adaptar uma pickup ou uma plataforma de SUV já existentes.
“Conseguimos afastar as restrições habituais e pensar neste novo produto, em termos que não os tradicionais para uma pick-up, um SUV, um MPV ou um sedan de luxo. Em vez disso, tínhamos a oportunidade de incorporar os atributos mais desejáveis de todos esses modelos.”
DESENHADO COM UM PROPÓSITO
A Lexus evitou o formato tradicional de um SUV: carroçaria sobre uma chassis de longarinas. Em vez disso, recorreu a uma única construção monocoque, semelhante à de um carro. Construiu, inclusivamente, o RX na mesma plataforma do seu sedan de tamanho médio, ES 300 – na época, o modelo mais vendido na América do Norte. O resultado foi um veículo leve, mas muito robusto, que podia ser manobrado de maneira suave e estável, sem o adornar da carroçaria associado aos SUV mais altos. De estética menos prática, apresentava um estilo mais arredondado e aerodinamicamente mais eficiente.
A sua destreza dinâmica foi suportada por um reforço da suspensão MacPherson com barras dianteiras e traseiras para um maior equilíbrio, e o recurso a apoios de motor ativos reduziu a vibração para permitir uma condução mais confortável. Graças à menor distância ao solo, entrar e sair do RX era uma mais-valia em comparação com os SUV mais altos.
O motor também foi partilhado com o ES, uma unidade V6 de 3,0 litros a gasolina, montada transversalmente e combinada com uma transmissão automática de quatro velocidades. Com 223 cv, poderia chegar dos 0 aos 100 km/h em 8,5 segundos. Os pontos-chave estavam cumpridos: estilo, aceleração, dinâmica e segurança, com a qualidade de automóvel de luxo.
ENGENHARIA FORA DE ESTRADA
Os clientes do RX podiam optar entre tração dianteira ou às quatro rodas, para atender às suas necessidades de condução e estilo de vida. O AWD vinha com a capacidade genuína de um SUV, equipado com um acoplamento viscoso no diferencial central que permitia uma divisão de 50:50 do binário entre os eixos dianteiro e traseiro. Para um desempenho ainda melhor fora de estrada, ou em condições de baixa aderência, também estava disponível um diferencial de deslizamento limitado Torsen.
UMA CALOROSA RECEPÇÃO
Destinado primeiramente ao mercado americano, o RX fez a sua estreia mundial no Chicago Auto Show de 1997, com a marca SLV – Sport Luxury Vehicle (alguns anos antes de surgir o termo “crossover”). A receção do público foi calorosa, assim como a resposta dos primeiros jornalistas que experimentaram o automóvel no final do ano. As vendas iniciais foram excelentes, tanto nos EUA (42.000 unidades no primeiro ano) como na Europa, onde o RX foi introduzido numa versão atualizada em 2000.
“GAME-CHANGER” NO MERCADO DE LUXO
Apesar da excelente receção ao RX, ninguém poderia imaginar a rapidez com que transformaria o negócio dos automóveis de luxo. Em apenas alguns anos, os principais fabricantes criaram a sua própria versão do RX, fazendo do segmento crossover o mais popular no mercado premium.
Mais uma vez, a Lexus foi disruptiva e transformou o mercado, estabelecendo padrões que os seus concorrentes tiveram de seguir. Mas a história do RX ainda traria outro capítulo radical.
O PRIMEIRO VEÍCULO HÍBRIDO DE LUXO DO MUNDO
A segunda geração do RX estreou-se em 2003 com um design mais atrativo e mais aerodinâmico. Mais uma vez, havia um motor V6 sob o capot, mas a transmissão automática de cinco mudanças era nova. Tratava-se de um veículo maior, com maior distância entre eixos e mais espaço no interior. Ao mesmo tempo em que o novo modelo foi revelado, a Lexus anunciou que também estava a trabalhar numa versão eletrificada – aquele que viria a ser o primeiro modelo híbrido de luxo do mundo.
O RX 400h apareceu no ano seguinte, equipado com um motor V6 de 211 cv de 3,3 litros e um motor elétrico de 167 cv, permitindo uma potência combinada de 272 cv – comparável à potência de um V8 de 4,0 litros. Como full-hybrid, o RX podia ser conduzido apenas nos modos elétrico ou a gasolina, ou numa combinação de ambos. O Lexus Hybrid Drive fornecia automaticamente a energia do motor a combustão ou do motor elétrico para obter a melhor eficiência possível, o que se refletia na economia de combustível de 8,3 l/100 km do RX 400h.
PIONEIRO NA TECNOLOGIA
Ser híbrido não privou o RX da capacidade de tração às quatro rodas. O novo sistema E-four da Lexus recorreu a um motor elétrico independente no eixo traseiro para fornecer desempenho 4×4 quando necessário, sem a penalização de peso ou o consumo de combustível associados aos sistemas mecânicos AWD.
Mais uma vez, o RX abriu novos caminhos e posicionou a Lexus como pioneira em tecnologia, líder do setor. O RX 400h foi apenas o começo de um abrangente programa de eletrificação que viu a tecnologia melhorar constantemente e ser introduzida em toda a gama Lexus. Até o momento, foram vendidos mais de 1,6 milhões de híbridos Lexus em todo o mundo.
O RX DE HOJE
O sucesso global do RX inspirou o desenvolvimento de uma família de crossovers SUV na Lexus, incluindo o NX, de tamanho médio, lançado em 2014, e o compacto UX, que chegou em 2019.
A RX 450h de última geração é um claro exemplo das muitas qualidades que distinguem a Lexus no mercado atual de automóveis de luxo: design arrojado, construção artesanal takumi em pormenores de luxo e aplicação de avançadas tecnologias em níveis cada vez mais altos de segurança, desempenho, conforto e entretenimento a bordo.
ESPAÇO PARA SETE
Mais espaçoso que nunca, o RX também evoluiu para um modelo de sete lugares, o RX L. Fiel à reputação de qualidade da Lexus, não se tratava simplesmente de “adaptar” dois assentos na terceira fila do habitáculo. Em vez disso, a Lexus criou efetivamente um novo modelo, com o aumento do comprimento da carroçaria em 110 mm e o ajuste da janela traseira num ângulo mais inclinado, para garantir que quem vai sentado na terceira fila de bancos esteja tão confortável como os restantes passageiros.